Londres - Hyde Park e Notting Hill
Depois de um dia intenso de visitação, com a Torre de
Londres pela manhã e três museus pela tarde (bem rapidamente nos dois últimos,
é verdade), terminamos nossa jornada com ainda mais dois passeios: uma
caminhadinha pelo Hyde Park e outra pelo bairro de Notting Hill.
O Hyde Park é um dos maiores parques urbano na região central
de Londres. Originalmente, era uma área em que os reis ingleses apenas caçavam,
sendo proibido o acesso da população em geral. Hoje em dia, tornou-se um lugar
para prática de esportes no final do dia e no início da manhã, e para a
realização de grandes concertos a céu aberto nos finais de semana, em épocas de
festivais.
Para o visitante de primeira viagem, talvez uma das atrações
que mais chame a atenção seja o Memorial da Princesa Diana. O memorial é bem
diferente do que se imagina para esse tipo de atração: é na verdade uma fonte
de água com a aparência de um rio, com uma calçada em todo o seu entorno, num
formato irregular. A água vai aos poucos caindo por suaves declives e depois é
impulsionada por bombas de água para reiniciar o seu ciclo.
Uma caminhada por outras partes do parque revela uma série
de cabaninhas com jeito de terem uns bons séculos de existência e permite
também ver uma coisa rara na cidade: londrinos de verdade, em seu habitat
natural (afinal, o que mais se vê é turista e imigrante circulando nas regiões turísticas
mais centrais).
Depois de uma caminhadas por ali, decidimos que ainda
daríamos uma última esticada antes de ir para o albergue, até o bairro de
Notting Hill, não muito longe dali e famoso por causa daquele filme com a Julia
Roberts e o Hugh Grant.
O bairro de Notting Hill é considerado uma atração por ser
formado por casinhas coloridas, quase todas iguais entre si, que originalmente
foram construídas na época vitoriana, mas depois acabaram ocupadas por
imigrantes caribenhos que vieram para a cidade trabalhar no período pós-guerra.
Depois de um período de decadência (os imigrantes fizeram do
lugar um bairro conhecido como região pobre na cidade) e de ter-se tornado
inclusive um lugar violento, Notting Hill passou a ser modinha entre o pessoal
alternativo a partir do final dos anos 1980.
Nesse processo de reocupação e revalorização do bairro,
conhecido tecnicamente como gentrificação, o bairro acabou se tornando um dos
lugares mais desejados da cidade. É hoje considerado tranquilo, limpo e
bastante agradável, além de estar próximo de várias áreas verdes da cidade.
Não chegamos a ver funcionando, porque já estava
escurecendo, mas o bairro também é conhecido pelo seu comércio. Na Portobello
Road, que corta quase toda a região, ocorre um famoso mercado de rua,
especializado em antiguidades.
Em outra época do ano, obviamente, também ocorre um dos
maiores eventos do calendário londrino nesse bairro: o Carnaval de Notting
Hill.
Assim como em várias outras regiões na cidade, é possível
identificar em Notting Hill umas plaquinhas azuis que mostram que pessoas
famosas já moraram em algumas das casas. Na foto abaixo, por exemplo, está a
indicação do que já foi a casa de George Orwell, o criador do “Big Brother” no
livro “1984”, além da “Revolução dos Bichos”.
Na hora de ir embora, indo em direção a uma estação de metrô no extremo oposto do bairro, passamos pelo único momento de insegurança em todos aqueles 7 dias na cidade: um grupo meio mal encarado de jovens debaixo de um viaduto ferroviário, numa região meio mal iluminada (e já estava escurecendo) nos fez fazer um desvio... nunca se sabe!
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