Chegada na Inglaterra - imigração e metrô
Depois de alguns dias em Portugal, naquele mochilão de 2008,
meu destino seguinte foi a cidade de Londres – lugar que até então eu não conhecia
e que acabei não mais retornando até agora. Foram 7 dias e 7 noites na capital
inglesa, em que pude conhecer as principais atrações turísticas e durante os
quais estive apenas 1 dia fora, passando algumas horas em Oxford.
Na segunda viagem que fiz a Portugal, meu destino seguinte
foi a Itália, mais especificamente a região no entorno de Nápoles e da Costa
Amalfitana (Pompeia, Capri, Salerno, Positano, Sorrento, Paestum, etc.).
Dando sequência aos posts aqui no blog, é da Inglaterra que
vou falar primeiro, deixando o sul da Itália para logo em seguida.
Nossa ida para Londres começou em Lisboa, num voo da TAP que
já tinha sido comprado conjuntamente com as passagens de ida e de volta para o
Brasil. Embora tenhamos chegado pelo Porto, saímos direto de Lisboa para o
aeroporto de Heathrow, em Londres, num percurso que toma pouco mais de 3 horas,
num Airbus 320 semelhante aos usados pela TAM aqui no Brasil.
Saímos de Lisboa com um tempo seco, quente e agradável, para
chegarmos na Inglaterra com o previsível tempo feio britânico, mesmo ainda
sendo o mês de setembro.
A imigração pelo Aeroporto de Heathrow era algo que, na
época, ainda me preocupava bastante. Havia centenas de relatos em comunidades
do Orkut que na época eu seguia falando de constrangimentos enfrentados por
mochileiros de chegada ao país. Naquele ano de 2008, as relações entre Brasil e
Reino Unido iam tão mal que se cogitava passar a exigir visto nas viagens entre
os dois países. Ainda estávamos antes da deflagração da grande crise que
estouraria naquele mesmo mês (estávamos em Londres quando o Lehmann Brothers
quebrou) e muitos brasileiros ainda queriam emigrar ilegalmente para lá. Em
compensação, o valor da libra esterlina, a moeda local, estava em baixíssimos
R$ 2,92 – algo quase surreal até então.
Tudo ficava ainda pior porque dois anos antes um amigo
bastante próximo ficara cerca de 9 horas retido no aeroporto, simplesmente
porque não sabia explicar direito que tipos de atrações estava vindo visitar no
país, o que era considerado “muito suspeito”. Resultado: horas e horas ao lado
de africanos sendo deportados, até resolver o mal entendido.
Para quem não sabe, mesmo vindo de Portugal passa-se pela
imigração, porque Inglaterra e Irlanda, embora parte da União Europeia, têm
sistemas de imigração separado e conjunto entre si.
Assim que desembarcamos, corremos para a grande fila nos guichês
de imigração, que curiosamente era organizada por um senhor indiano de turbante
e barba espessa. Preenchemos os formulários de imigração e nos pusemos a
esperar cerca de 15 minutos até conseguirmos ser atendidos.
Como previsto, o oficial da imigração fez um verdadeiro
interrogatório conosco. Estávamos os dois juntos, eu e o Ângelo, mas só eu
respondi às perguntas. Perguntou o que estávamos vindo fazer na Inglaterra,
quantos dias ficaríamos (pediu as passagens de volta), se tínhamos hospedagem
(pediu as reservas), o que fazíamos no Brasil (mostrei as nossas carteiras
funcionais) e ainda solicitou que esclarecêssemos o que era aquela função que
tínhamos aqui. Por fim, como que para testar nossa paciência depois que já
parecia que estava tudo OK, ainda perguntou qual era exatamente o nosso período
de férias no trabalho e que dia teríamos de nos reapresentar no Brasil.
Depois de tudo isso, um carimbinho quase apagado onde se
distingue pouco mais do que a palavra “HEATHROW” foi colocado nos nossos
passaportes e finalmente pudemos seguir adiante para a esteira de bagagens
pegar as mochilas.
Já com as nossas coisas, passamos sem problemas por "Her Majesty's Customs" e fomos direto para um centro de
informações do metrô de Londres, comprar o Oyster, o cartão eletrônico recarregável
para as passagens (custava na época apenas £0,50), e acertamos um passe de
transporte público liberado que incluía metrô e ônibus para 7 dias e 7 noites
(na época cerca de £45).
Sofremos um pouco para achar o trem certo, mas logo em
seguida, por volta das 16h30, já estávamos dentro de um vagão bem lotado de
gente indo de Heathrow para o centro de Londres, numa viagem que demorou mais
de uma hora – ainda cheia de paradinhas não previstas e de um grande entra e
sai de pessoas.
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