De laguna em laguna

Saindo da laguna Cañapa, o próximo destino seria a laguna Hedionda, onde faríamos a parada para almoço.

O caminho até lá foi o mais difícil de todo o tour. Com muitas pedras na estrada e bastante sobe e desce, tudo isso a uns 4.000m de altitude, nossa velocidade média não deve ter passado dos 30 e poucos quilômetros por hora em todo esse trecho. Ali se mostrou totalmente necessária a tração 4x4.

Nessa altitude, não crescem mais cactus. O que se vê é apenas uma vegetação rasteira, amarelada, que cresce em tufos, cobrindo as “colinas” que na verdade são saliências do grande planalto em que estamos.

Nesse percurso, anda-se a pouquíssimos quilômetros da fronteira com o Chile. Os famosos gêiseres de El Tatio, perto de San Pedro de Atacama, estão a apenas alguns quilômetros ao sul, mas totalmente inacessíveis daquele ponto por não haver estradas cruzando a cadeia de montanhas vulcões que fica à direita de quem faz o tour saindo de Uyuni em direção ao sul.

Diferentemente da laguna Cañapa, a laguna Hedionda possui alguma estrutura para receber turistas. Há um restaurante, banheiros e até mesinhas do lado de fora para receber os visitantes, com almoço feito por eles. Foi lá que almoçamos, com a comida incluída no preço do tour. Só pagamos mais uma taxinha de 5 bolivianos por pessoa (cerca de R$ 1,25) para comer do lado de dentro do restaurante, que é muito disputado porque, do lado de fora, o vento torna insuportável qualquer descanso ou refeição agradável.
Antes de chegar no restaurante, que fica no extremo sul da laguna Hedionda, paramos um pouco para tirar fotos nas suas margens. Diferentemente da laguna Cañapa, que é de uma coloração azul escura, essa laguna é esbranquiçada. Há muito mais bórax e gelo nas suas margens, o que não a deixa tão bonita.
Chegando mais perto do restaurante, a atração é um zorro que vem receber os turistas, obviamente porque eles lhe dão comida. O zorro é um tipo de raposa do deserto altiplânico, que existe desde a Patagônia até o Peru.

Não consigo me lembrar exatamente o que comemos de almoço naquele dia, mas sei que não foi ruim. Depois de descansar à volta da mesa, demos mais algumas voltas ao redor da laguna e aproveitamos para ir ao banheiro (ah, esse também tem que pagar 1 ou 2 bolivianos, já que há plaquinhas por todas as partes ameaçando multa quem fizer xixi fora das “instalações sanitárias”).
Poucos metros adiante da laguna Hedionda fica a laguna Blanca, num ponto bem abaixo da estrada que tomamos. Nem chegamos perto dela, apenas tiramos fotos do lado da caminhonete, na estrada mesmo. Não parecia muito diferente da Hedionda, apenas menos conhecida e visitada.

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