Valle de la Luna

Já havíamos acertado no dia anterior um passeio ao Valle de La Luna com uma agência, que é o meio mais barato e fácil de fazer esse tour. Como a saída estava prevista para as 3 da tarde, ainda tivemos tempo para almoçar tranquilamente, antes de ir para a frente da agência esperar o ônibus, junto com uma galera que estava na mesma.

O passeio ao Vale da Lua atrasou um pouco na saída, mas cumpriu com o que prometeu.

A primeira parada foi justamente o Vale da Morte, no qual tínhamos passado a manhã. Mas, dessa vez, era pela parte de cima que o vimos, por onde os veículos podem passar. Enxergamos de longe e do alto todos os lugares por onde andamos de bike pela manhã e até a duna em que o pessoal faz sandboard. A vista lá de cima permite ver e entender bem a geologia da região, que é marcada pela divisa entre a Cordilheira dos Andes e as serras que vão em direção ao Oceano Pacífico.

O lugar lembra um pouco aquilo que se vê na TV sobre o Grand Canyon: camadas de rochas de diferentes cores sobrepostas, com cortes profundos que permitem visualizá-las ao lado de grandes morros. Algumas das fotos mais bonitas que fizemos nessa viagem, na minha opinião, foram tiradas nesse trecho, tanto que usei essa que está aqui em cima como capa do fotolivro que fiz quando voltei.

A segunda parada do dia já era dentro do parque nacional do Vale da Lua. São cavernas e túneis subterrâneos pelos quais andamos, onde se extraía sal diretamente da rocha no passado.
Há trechos totalmente escuros, em que se tem de passar agachado ou meio deitado, com cuidado para não se cortar ou machucar nas pontas de pedra.
Na saída, numa parte bem mais ao alto, tem-se uma vista do lugar, bem diferente daquele da primeira parada.

A terceira parada foi o lugar conhecido como “Três Marias”. São rochas verticais e bem estreitas, conhecidas pelos missionários antigos que estiveram no local como representações de três figuras bíblicas. Ficaram assim por causa do vento e da erosão, corroendo-as por milhares e milhares de anos. Como os guias fazem questão de explicar, uma delas ficou “prejudicada” por causa de um turista, que se pendurou numa das suas pontas e acabou quebrando, de modo que hoje estão mais para “Duas Marias e meia”.
A quarta parada foi no “anfiteatro”, que é uma formação rochosa que dizem ter uma acústica perfeita. Os guias brincam que cresceram a vida inteira ouvindo que o Pink Floyd um dia faria um show ali, boato que nunca se confirmou.
Por fim, a quinta e última parada, é a grande duna do Vale da Lua, de onde se pode ver o pôr do sol. Para lá, todas as excursões pelo vale se dirigem ao final do dia, para que as pessoas tomem assento e fiquem esperando o espetáculo de luzes e sombras que ocorrem todos os dias com o céu claro.

A subida é bem exigente e deve ser feita devagar. Os guias aconselham que as pessoas caminhem mais pelo lado de dentro da estradinha, porque fora a areia é mais fofa e torna a subida mais penosa.
Quando chegamos lá em cima, vários lugares já estavam tomados e fomos indo bem para a ponta, onde segundo o guia a vista era melhor.

Devagarinho, o sol vai se pondo no horizonte, e tudo vai ficando escuro, num tom entre o negro e o azul. Aos poucos, porém, vai aparecendo um reflexo nas montanhas ao redor. Primeiro elas vão ficando douradas, depois avermelhadas e, por fim, púrpura.

O jogo de cores que sol faz nas montanhas formadas por diferentes tipos de rocha e areia é realmente muito bonito, uma das coisas mais bonitas que já vi. Nem dá para perceber que, ao final, já está fazendo bastante frio, quando é hora de ir embora, agora de um jeito bem fácil: correndo no areião do outro lado da duna.

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