Deserto de Dalí e laguna Colorada


O trecho que fizemos na tarde do segundo dia passa pela parte conhecida como Deserto de Dalí. O lugar recebeu esse apelido por causa das formações rochosas que aparecem no meio da areia, lembrando alguns quadros do pintor espanhol surrealista.

Dentre as figuras que se pode ver, a mais famosa é a “árvore de pedra”, que aparece na foto.

Na verdade, todas são rochas mais porosas que acabam sendo desgastadas pelo vento ao longo dos anos e que vão acabando cheias de furos, cavidade e, muitas vezes, com a base mais estreita que a parte de cima, como no caso da árvore de pedra.
Essa parte do passeio tem os ventos mais fortes de todo o tour, forçando a pessoa a se proteger muito no rosto, nas mãos e no pescoço, para não passar ainda mais frio. Óculos também são essenciais para proteger os olhos da areia e da poeira que o vento carrega. Bonito, mas muito inóspito. Não é à toa que ninguém mora ali perto.

A única forma de vida que se vê nessa região, que quase nem plantas tem, são umas espécies de lebres andinas que ficam escondidas em tocas nas pedras. São chamadas de vizcachas (se lê “biscátcha”). Os “coelhos”, embora ariscos, ficam parados no sol, possibilitando algumas fotos com zoom.
Depois das rochas do deserto, começa-se uma descida que vai dar na entrada da Reserva Natural em que fica a laguna Colorada. Aqui, na entrada, há um posto de controle em que os visitantes são registrados pela nacionalidade e pelo número do passaporte, em que também é cobrada uma entrada de B$ 15 que não está incluída no preço do tour.

Em seguida, logo se pode ver a laguna Colorada lá embaixo. Ela é a maior das lagunas do altiplano boliviano e também a mais conhecida. Na escolha das 7 Maravilhas Naturais da Humanidade, concurso feito nos moldes daquele em que o Cristo Redentor foi eleito uma das 7 Novas Maravilhas, a laguna Colorada foi a candidata boliviana.

A coloração vermelha das águas se percebe melhor conforme a posição solar esteja mais favorável. Ela se deve ao tipo de mineral que se concentra mais nas suas águas. No dia em que estivemos lá, como se pode ver pelas fotos, não se pode dizer que estivesse em sua melhor forma, já que parecia mais de uma cor achocolatada. Como as outras lagunas, ela também tem margens com bórax e com gelo. Aparentemente é mais rasa do que as outras e por isso tem outras concentrações esbranquiçadas no meio.
O que dá o toque final na moldura da laguna é o vulcão Llicancáhur ao fundo. Outro forte dela é a concentração maior de flamingos em suas água, em bandos do tamanho que não se vê nas demais.

Infelizmente, o vento naquela hora da tarde tornava bastante incômodo ficar ao seu redor. Na hora de subir um barranco em direção à caminhonete, a força do vento era tanta que tínhamos de caminhar inclinado para a frente para não cair para trás. Com esse vento todo, o calor do corpo vai se indo e o frio é a conseqüência.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

União Europeia, Espaço Schengen e Zona do Euro (ATUALIZADO até 07/2019)

Budas e Budas

De Kamakura a Enoshima