Sol de la Mañana e Laguna Salada



Tomamos o café da manhã e, apesar dos minutos de atraso, conseguimos pegar a estrada numa hora ainda boa para ver as ebulições dos gêiseres Sol de la Mañana, a primeira atração do dia.
Os gêiseres são fontes de água subterrânea que entram em ebulição com a mudança de temperatura, assim que o sol nasce. Por isso o seu nome.
O lugar parece de outro planeta. Algo como a Lua ou Marte, pelo que se vê nos filmes de ficção. Crateras pequenas e grandes, com as bordas esbranquiçadas, lodo se remexendo com o vapor, jatos de vapor saltando a todo minuto, uma névoa no ar. As fotos não saíram boas por causa da escuridão e do vapor no ar, mas o lugar é bem interessante.
O lado ruim é que talvez tenha sido o maior frio que já passei na minha vida. O vento era muito gelado, a temperatura devida estar em torno de -20°C. A altitude não ajudava muito. Logo depois de voltarmos para a caminhonete, ligamos o GPS para ver a que altitude estávamos andando: na estradinha logo depois dos gêiseres chegamos a incríveis 4.900m sobre o nível do mar - andando de carro, o que não é comum.

Imagine: estava uns -10°C do lado de fora, naquela hora, com o sol já nascido. Nós, todos encasacados, de luvas, touca, blusão, underwear polar - e a piscina de água quente ali, ao ar livre, num lugar totalmente remoto, chamando para o banho. Muita gente não tem coragem, acha que vai se resfriar, mas é muito bom e vale a pena.
O segredo é tirar a roupa ligeiro, colocá-la longe da água (quem deixou a roupa molhar um pouquinho teve a desagradável surpresa de encontrá-la congelada logo depois) e ficar tempo suficiente para o corpo se esquentar bem.
No início, o contraste entre os -10°C do lado de fora e a temperatura da água gera gemidos de prazer de todo mundo que entra - muito cômico. Os curiosos do lado de fora, todos encasacados, acham que é sacanagem que está bom lá dentro.




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