Comida típica

Na nossa primeira noite na cidade, uma sexta-feira, escureceu um pouco mais cedo do que o normal, por causa do tempo nublado. Mesmo assim, o clima estava bem agradável, permitindo inclusive que saíssemos de mangas curtas.

Saindo do hotel, voltamos até a praça de Syntagma e dali tomamos o calçadão que é o coração moderno de Atenas, a rua fechada para carros Ermou. A cidade, por mais estranho que pareça, me lembrou um pouco Buenos Aires. Não sei se são os prédios, o estilo do calçadão ou o quê. Fato é que o ambiente ao nosso redor era bem família, com muita gente simplesmente passeando no início da noite, tomando sorvete, olhando vitrines. Aqui e ali havia algum artista de rua tocando em troca de dinheiro.

Algumas quadras adiante, encontramos o primeiro templo ortodoxo grego (de muitos) naquela viagem. Era a igreja de Kapnikarea, que fica bem no meio da praça de mesmo nome. O prédio parece de brinquedo: é baixinho, redondinho, até engraçado. Ao lado da igrejinha, estava acontecendo um teatro de fantoches de rua. Dezenas de crianças estavam assistindo hipnotizadas às encenações, que pareciam um pouco com aqueles teatros tchecos de bonecos. A fala era toda em grego e os turistas que passavam por ali acabavam logo saindo, depois de algumas fotos.

Numa determinada esquina naquela parte da cidade, tivemos outra daquelas visões que surpreendem qualquer pessoa que vai pela primeira vez à Grécia: a Acrópole toda iluminada de branco, no alto do morro, ao fundo do centro histórico. As muralhas que cercam o morro também são todas iluminadas com holofotes, o que deixa tudo parecendo uma imagem que não é de verdade.

Foi para aquele lado que então decidimos prosseguir. A única coisa que eu tinha pesquisado era o nome de alguns restaurantes típicos no bairro de Plaka, sem necessariamente escolher algum. Nossa ideia era ver o que mais nos agradasse e então decidir onde experimentar pela primeira vez os pratos típicos da cozinha grega.

Entre uma ruela e outra da cidade velha, acabamos encontrando uma escadaria toda coberta por parreiras, cheia de bares e restaurantes ao redor (a foto é do dia seguinte), que mais parecia o cenário de algum filme. Começamos a olhar alguns cartazes com os menus dos restaurantes e nisso apareceu um garçom de um deles tentando nos convencer a subir.
Se tem uma coisa que não gosto é de gente me pressionando a fazer alguma coisa. E era exatamente isso que aquele garçom estava fazendo, insistindo para que entrássemos. Quando ele falou que tinha um terraço aberto com uma vista para a Acrópole, acabei cedendo à pressão e me dispus a conhecer o lugar por dentro. De tão incrédulos que estávamos, subi só eu, a Gisele ficou esperando do lado de fora. Mas quando vi a vista, desci correndo os três lances de escada e a chamei: era ali mesmo que jantaríamos. Não lembro nem o nome do lugar!

Não há muita diferença entre um lugar e outro em matéria de restaurante típico, como aprenderíamos naqueles dias de Grécia. Basicamente, todos oferecem os pratos mais conhecidos da cozinha nacional:

- moussaka: uma espécie de lasanha recheada com carne de cordeiro, berinjelas, molho de tomate e cobertura de queijo gratinado;

- souflaki: espetinhos de carne de cordeiro grelhada, com alguns vegetais como pimentão, cebola, geralmente temperado com limão;

- mezes: várias entradinhas, em pequenas porções, como as tapas espanholas, mas com predominância de ingredientes como azeitonas, queijos brancos e sementes, acompanhados por azeite de oliva;

- salada grega: a nossa conhecida salada de tomate, pepino, azeitona, queijo feta e azeite de oliva

- pastittsio: um prato com influencia italiana, feito com massa gratinada no forno.

Quase tudo sempre vem acompanhado de pão pita (um pão parecido com o sírio) e, para beber, vinho.

Posso dizer que provei de tudo um pouco, ao longo dos dias, e que terminei fã da culinária local.

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