Atenas - templos e ágoras

Saindo do Templo de Zeus Olímpico abaixo de uma chuvinha fina, atravessamos a grande avenida que separa aquela parte da cidade do bairro de Plaka, por onde já estivéramos andando na noite anterior. Ali, com ruas mais estreitas, parreirais cobrindo partes das calçadas e mais árvores, conseguimos até dispensar o guarda-chuva.

A primeira paradinha foi na igreja de Santa Catarina (Aghia Ekaterini), mais uma daquelas igrejinhas ortodoxas gregas baixinhas, com formas arredondadas.
O interior é bem diferente de uma igreja católica. Mais acolhedor, mas cheio de indumentárias e objetos religiosos. Nas paredes, imagens de santos com aquele estilo bizantino. A idade do templo? Uns oitocentos anos, segundo as informações existentes.

Para chegar ao nosso próximo destino, passamos pela infinidade de lojinhas de souvenires turísticos do bairro, revimos algumas tavernas da noite anterior e quase nos perdemos no labirinto formado por ruas sem saída que, muitas vezes, nos davam a impressão de estarmos invadindo algum jardim particular.

A chuva parou e, quando chegamos na Ágora Antiga de Atenas, outra área histórica preservada, casamos mais alguns euros em troca dos ingressos e de um mapinha informativo.

A ágora era, para uma cidade grega, o que o fórum era para uma cidade romana. Ou seja,era o centro religioso, político e comercial da cidade. A região era dominada por um grande templo religioso, onde eram feitos os sacrifícios em nome dos deuses e onde eram consultados os oráculos. No espaço aberto, em frente, eram feitas as assembleias democráticas onde as decisões eram tomadas pelos votos dos nobres considerados como cidadãos. Ao redor de tudo isso,havia espaços para que mercadores de comida, escravos e utensílios fizessem as suas trocas.

Como ocorreu com a maior parte das cidades clássicas, esse centro antigo acabou virando um grande depósito de entulho e foi esquecido durante toda a Idade Média e a Idade Moderna. Só com o despertar da ciência arqueológica, a renovação da história da arte e a dominação da região por impérios ocidentais é que as escavações e restaurações começaram, devolvendo à área um pouco de visibilidade.
O prédio mais interessante e talvez o mais bem preservado da Ágora é a Torre dos Ventos. É uma torre de altura equivalente a pouco mais de três andares, toda de mármore branco, em que existem ainda relógios solares, um relógio de água um indicador da direção do vento. É toda decorada com imagens de deuses dos ventos (cada um dos oito lados tem um deus diferentes. Após o surgimento do Cristianismo, virou uma torre para sinos de igreja e, durante o Império Otomano, chegou a servir como local de encontro de sufis.

Como já passava das 13h e a fome estava pegando, escolhemos um dentre os restaurantes que havia logo ao lado da ágora. Pedimos umas saladas, alguns frutos do mar e salmão grelhado.

Depois disso, caminhamos mais alguns metros em direção ao centro do bairro de Monastiraki, onde sempre há uma grande concentração de turistas, de artistas populares e de gente simplesmente trocando de meio de transporte público. Com a muvuca que estava, foi um dos únicos lugares da cidade em que fiquei preocupado em proteger a carteira e colocar a mochila para a parte da frente do corpo, para evitar um pickpocket indesejado.
Do outro lado da rua, em frente à entrada da estação de metrô de Monastiraki, fica a Biblioteca de Adriano, uma ruína do tempo do Império Romano que é aberta à visitação sem a necessidade de pagamento.

Basicamente só a fachada está preservada e, numa parte coberta e mais protegida, está a estátua da deusa Nike (só não vale pronunciar “naike”!), sem cabeça e sem os braços, o que sem dúvida tira boa parte do interesse.

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