Escolhendo albergues

Depois de termo definidos todos os lugares por onde passaríamos e acertado as passagens aéreas, o passo seguinte foi definir os albergues de cada uma das cidades.

Não foi tarefa fácil, principalmente com relação a Paris, lugar onde passaríamos mais tempo do que em qualquer outro lugar da viagem. Paris tem bastante opção de albergues, mas nenhum muito bom, que seja uma unanimidade entre os mochileiros em geral. A maioria dos lugares tem muitas restrições, do tipo café da manhã não incluído, período de lock out (tempo em que, ao redor do meio-dia, você não pode ficar no albergue), portarias que não eram 24hs, isso sem falar na questão da limpeza e da localização.

As agências de turismo, nesse aspecto, não ajudam muito. Limitam-se a oferecer as opções disponíveis nos sistemas de reservas com os quais eles trabalham. No nosso caso, indicavam como opção o Aloha Hostel, mas os reviews sobre ele na internet eram horríveis. Um amigo que esteve lá confirmou a mesma coisa.

As indicações dos guias de viagem para mochileiros, que eram as nossas esperanças, acabavam esbarrando num problema até então inesperado por nós: falta de vagas, mesmo restando ainda mais de 2 meses até a data da viagem.

Algumas opções que se tornavam consenso como "aceitáveis" acabavam sendo um pouco inviáveis, por causa dos sites de reservas meio esquisitos. Muitos não têm reserva online e exigem trocas de e-mail ou fax contendo número de cartão de crédito, sem garantia de sigilo na informação. Alguns, pior ainda, só admitiam reservas com três dias de antecedência - antes, não.

Nessa época, descobrimos o melhor site para pesquisar albergues, o Hostelworld.com . Embora não tenha nos ajudado muito em relação a Paris, acabou sendo uma fonte de referência com a qual trabalho até hoje nas minhas escolhas. Jogando o nome da cidade e as datas de chegada e saída, ele lista automaticamente os albergues disponíveis no local (em alguns casos, inclusive os da rede HI), com os valores das tarifas para cada tipo de cama, acompanhado de informações sobre o lugar e de opiniões de pessoas que efetivamente estiveram lá (os comentários só são permitidos a quem usou o site nas reservas).

Chegamos a definir todos os outros albergues antes do de Paris, tamanha era a dúvida que nos assolava.

Em Estocolmo, não conseguimos fechar com a primeira recomendação do Let's Go!, um albergue que fica num barco, chamado af Chapman Skeppsholmens Vandrarhem, por falta de vagas. Acertamos com a segunda recomendação, o City Backpackers Vandrarhem, que por sinal se revelou como uma opção muito boa (falarei dele nos posts sobre a cidade).

Em Copenhague, não haveria problema, porque o Júnior nos receberia. As opções, chegamos a ver, não seriam das melhores. Há muita reclamação sobre os albergues de lá.

Em Berlin, motivado pela experiência positiva que tivemos em Praga no ano anterior, quisemos pegar algum albergue da rede A&O. Em Berlin há três deles - escolhemos o Friedrichshain por causa da proximidade com lugares para sair à noite e pela localização em Berlin oriental. Acabou sendo legal, principalmente por causa do animado bar, do tamanho dos quartos e da limpeza, mas era um daqueles lugares cheios de excursões de colégio, como muitos na Alemanha.

Em Amsterdam, era consenso, desde logo, que pegaríamos o com fama de melhor e mais falado de todos, o Stayokay Vondelpark. Foi muito legal e tudo, mas não chegou às nossas expectativas. Recomendo e tudo, mas não acho que é tanto o que falam dele. Em compensação, discordo da maior crítica que se faz em relação ao lugar, que é da localização. Achei muito boa.

Em Bruges, os guias davam praticamente apenas duas opções: o Bauhaus e o Snuffel. Lemos bastante sobre os dois e acabamos optando, por questão de comentários sobre a segurança do primeiro, pelo segundo albergue. Não nos arrependemos. Embora fosse meio apertado, faltando lockers para todo mundo e com um banheiro muito, mas muito tosco mesmo, o bar e o seu happy hour das 2ohs compensou tudo.

Em Bruxelas, nem fizemos muita pesquisa. Aceitamos a sugestão do agente, que batia com a recomendação dos guias e ficamos no Van Gogh. O lugar é muito bom, mas como contarei nos posts sobre Bruxelas, ficamos num prédio separado do prédio principal, do outro lado da rua, ao lado de umas obras poeirentas, o que estragou um pouco. Mas foi só um dia...

Em Luxemburgo, não há opção: existe apenas um albergue na cidade, que é o oficial da rede HI, Luxembourg Youth Hostel. O melhor de toda viagem, melhor que muitos hotéis, surpreendeu a todos.

Pois bem, voltando à questão Paris. Depois de muitas e idas e vindas, jogamos os pontos e decidimos arriscar com um tal de Blue Planet Hostel, que depois conto no que deu.

OBSERVAÇÃO: para ler sobre dicas para escolher albergues, clique aqui e leia o post correspondente.


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