A partida


Programamos nossas férias para começar no dia 11 de setembro de 2006, uma segunda-feira, justamente para emendá-las com o “feriadão” que se iniciava no dia 7 de setembro, na quinta-feira anterior. O final das minhas férias de 30 dias, da mesma forma, poderia ser emendado com o feriadão de 12 de outubro.

O vôo partiria na manhã do próprio dia 7, de Porto Alegre, com conexão em Guarulhos. Em razão disso, tínhamos que ir de Santa Maria para a capital ainda na quarta-feira, no final da tarde.

Já de posse de todas as passagens aéreas, reservas pagas de albergues para os dias em que viajaríamos juntos e do seguro-saúde, foi só fechar a mochila e começar a viagem. Como o Rafael deixaria o carro em Porto Alegre, fui de carona com ele até lá, numa viagem tranqüila. Dias antes, já tinha combinado com um amigo que mora no Centro de ficar na casa dele até a manhã seguinte; o Rafael ficaria nuns parentes.

Foi difícil dormir naquela noite. A expectativa era grande. O medo de ter esquecido alguma coisa importante me fez conferir o check list das coisas que tinha de levar pelo menos umas 4 vezes. Documentação em dia, tudo guardadinho na mochila, roupa com a qual viajaria no avião à mão... Algumas poucas horas de sono depois amanheceu e, na hora marcada, os parentes do Rafael, junto com ele, já estavam lá embaixo para junto me levar ao aeroporto.

Ainda faltavam uns 20 dias para o acidente da Gol na Amazônia, por isso nem se falava em caos aéreo. O movimento estava bem tranqüilo para um início de feriadão e o check in foi rápido. Aproveitamos o tempo que faltava para o embarque para reforçar o café da manhã e para comprar alguma coisa para ler na viagem.

Sem nenhum atraso, o vôo da TAM partiu para Congonhas, onde chegamos por volta das 10h10 da manhã. Por um grande descuido nosso, não acertamos o vôo de conexão para que fosse direto a Guarulhos, por isso tivemos que fazer aquele traslado chato entre os aeroportos de São Paulo.

Saguão de Congonhas lotado, fomos perguntando e conseguimos encontrar o ponto de embarque no ônibus da TAM que leva a Guarulhos de graça, se você já tem passagem comprada para fazer a conexão. Fica bem à direita, no lado de fora do aeroporto. Chegando lá, não tem como não ver a fila monstra de gente que vai se formando. Corremos para garantir nosso lugar entre os 40 e poucos que conseguiriam ir na primeira leva.

A espera foi de mais de meia hora. Saímos de Congonhas por volta das 11hs, mas conseguimos embarcar no primeiro ônibus e garantir lugares tranqüilos para até dar uma cochiladinha no trajeto de cerca de 1 hora até Guarulhos.

Era meio-dia e pouco quando chegamos. O check in do vôo internacional deve ser feito com no mínimo 2hs de antecedência, por isso fomos direto para a fila, já que a partida estava prevista para as 15hs. A fila era de assustar, de tão grande. Acredito que tenhamos ficado mais de 1h nela, até conseguirmos despachar a bagagem.

Em razão de tentativas frustradas de atentados algumas semanas antes na Europa, recém havia começado a valer a regra da restrição de vários tipos de aparelhos eletrônicos a bordo (acho que ainda não havia restrição quanto aos líquidos). Havia muita imprecisão nas informações, mas o que ouvíamos nos levou a despachar o celular com a bagagem.

Check in feito, a tranqüilidade voltou. Sempre dá aquele medo de que haja um overbooking ou coisa do tipo, ainda mais porque embora tenhamos chegado na fila bem antes da hora, só conseguimos despachar tudo faltando pouco mais de uma hora e meia para a partida. Só com a bagagem de mão (a mochilinha dos passeios diurnos), tratamos de arranjar um lugar para almoçar.

Enquanto comíamos, vimos uma cena típica de vôo para a Europa: um monte de mulheres com cara de quem nunca saiu da sua cidade de origem, com roupinha justa e toda pinta de que está indo para trabalhar como “garçonete”, ao redor de um sujeito, provavelmente italiano, com todos os elementos para o estereótipo do cafetão. É... as nossas exportações estão a mil!

No portão de embarque, para a nossa surpresa, sequer conferiram no computador alguma coisa a nosso respeito. O normal seria ver se não há nenhum mandado de prisão, etc.; mas, não: o policial só olhou a foto do passaporte e o devolveu.

Já do lado de lá, o jeito foi matar tempo até o embarque nas lojinhas duty free. Chegando na hora de formar a fila para o embarque, já deu para sentir aquele clima de gente empolgada, em grandes grupos, indo pela primeira vez para a Europa; gente se fazendo de acostumada com aquilo tudo, de nariz empinado; uns com cara de que estavam indo para lá tentar a vida mesmo (muitos bolivianos!) e, é claro, as nossas garotas tipo exportação...

DICAS: se o orçamento está realmente apertado, evite ter que fazer refeições nos aeroportos levando lanchinhos suficientes até o início da viagem até a Europa, quando (teoricamente) são servidas refeições mais completas. Ainda assim, é bom ter uma barrinhas de cereal à mão. Evite levar frutas, porque se não as comer na viagem, terá que jogar fora (barreiras sanitárias) ou sequer o deixarão embarcar com elas. Se pretende comer no aeroporto mesmo, as opções mais baratas costumam ser as lanchonetes de redes conhecidas e os buffets por aquilo - o resto é realmente caro para padrões comuns (já paguei R$ 9 por um café com leite + um pão de queijo em Guarulhos!).

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