San Miguel de Tucumán

San Miguel de Tucumán, ou simplesmente Tucumán, é uma das maiores cidades da Argentina, com mais de 500 mil habitantes. Tem muita importância histórica para o país, já que foi fundada ainda no século XIV e foi o lugar onde se declarou a independência da Espanha, em 1816, dando início às Províncias Unidas da América do Sul.

O pouco que conheci da cidade, nas cerca de 7 horas que ficamos lá, foi exatamente o centro, e por acaso.

Chegamos de Salta por volta do meio-dia. A estação rodoviária, conjugada a um shopping center e a um hipermercado, era enorme. Empreendemos a mais longa busca de passagens de toda a viagem, tentando conseguir alguma com destino a Corrientes, Paso de los Libres, Posadas ou qualquer outro lugar mais próximo do Brasil. Havia mais de 60 agências, claro que nem todas fazendo o percurso que queríamos. A resposta era quase sempre a mesma que ouvimos em Salta: era período de férias e todos os ônibus já estavam lotados naquela data, só havendo lugares para dali a um ou dois dias.



Chegamos a cogitar de pegar um ônibus com destino a Buenos Aires e descer na cidade de Rafaela, província de Santa Fé, onde diziam que conseguiríamos alguma coisa. Quando já estávamos quase desistindo, encontramos uma empresa chamada “La Nueva Estrella”, que tinha lugares para a cidade de Paraná, capital da província de Entre Rios. De lá, não seriam mais do que 500km até Uruguaiana. Foi essa que escolhemos. A viagem seria só às 19hs, portanto ainda tínhamos a tarde inteira.


Aí surgiu um problema: precisávamos pagar as passagens em pesos argentinos, e não tínhamos o suficiente nessa moeda. Como na época ninguém do nosso grupo usava cartão de crédito internacional, o jeito era trocar dólares. Perguntamos onde e nos disseram que o único lugar era nas casas de câmbio, todas concentradas no centro.


Pedimos para reservar as passagens e o Diego e o Leonardo ficaram cuidando das bagagens, enquanto eu fui até as casas de câmbio. Cheguei faltando uns 10 minutos para o horário de fechamento dos bancos, mas consegui.


As casas de câmbio e os bancos estão quase que um ao lado do outro bem na rua que passa ao lado da Casa de Gobierno, que fica em frente à praça central da cidade, chamada Plaza Independência. O palácio é realmente muito bonito, se bem que estava meio descuidado. Com o dever cumprido, tive um pouco de tempo para passar pelos lugares que iam me chamando a atenção. A região toda parecia bem legal, mas havia virado foco de muitos pedintes, especialmente deficientes físicos – uma das imagens que contribuíram para o meu post anterior.


Voltei devagar para a rodoviária, pois o calor era insuportável. Era o primeiro dia que passávamos num lugar ao nível do mar, mas longe do mar, desde que subimos para La Paz, uns 14 dias antes. O sol parecia que batia mais forte do que o normal, mas era a falta de costume mesmo, aliada à umidade – que era bem baixa na Bolívia, Peru e norte do Chile.


Ao lado da estação, há um grande parque, chamado 9 de Julio, mas não nos animamos a andar muito por lá, por causa do calor.


Assim que cheguei, pagamos as passagens e nos sentamos para continuar o que os guris já estavam fazendo: beber Budweiser de litro num restaurantezinho. Almoçamos lá pelas 3 da tarde e ficamos por ali vadiando.


No mercado, passei pela constangedora situação de ser revistado pelo segurança na saída. Mas também pudera... Eu estava com uma barba de 15 dias, com uma camiseta grandona que tapava uma pochete na barriga e saí do mercado sem comprar nada...


Quando estávamos esperando o ônibus, já perto da hora da saída, sentamos ao lado das mochilas e não demorou muito para que um vigia viesse nos mandar levantar, porque sentar no chão era proibido... Deve ser para evitar mendicância. É, estávamos uns chinelões mesmo.

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