Itaimbezinho

Saindo, pela primeira vez nesse blog, do assunto "mochilão a Machu Picchu", vou contar um pouco do que fiz no final de semana passado, em 3 dias fora de Santa Maria.

Como acabamos não indo à praia nesse verão, minha namorada e eu havíamos bolado uma passada rápida por Torres no início de março. Eu, que quase a vida inteira tinha ido para a praia só em Balneário Camboriú, estava até bem empolgado para conhecer a cidade, que dizem ser diferente das demais praias gaúchas.

Para tornar a coisa toda ainda mais interessante, combinei com ela que na ida passaríamos pelo Parque Nacional dos Aparados da Serra, para conhecer o cânion do Itaimbezinho e, na volta, pelo Centro Budista de Três Coroas. Um amigo meu tinha estado nesses dois lugares na virada do ano e recomendou.
Fazia tempo que tinha vontade de conhecer o Parque, mas não me animava a andar toda aquela distância (uns 400km daqui de Sta Maria) só para ir lá.

Um dia antes, quase desistimos por causa da previsão do tempo do Terra, que mostrava tempo chuvoso no litoral norte. Mas, depois de pesquisar noutros 3 sites, decidimos arriscar e saímos sábado de madrugada. Por volta das 5hs estávamos na estrada, no meu carro.

Seguimos pela RST 287, passando por Santa Cruz do Sul (dois pedágios de R$ 5,40). Entramos na Tabaí-Canoas e logo pegamos a estrada para Montenegro, até tomar a Rota da Serra, na chegada em São Leopoldo (um pedágio só na ida, de R$ 4,80). Dali pegamos a BR 116 até Novo Hamburgo, onde tomamos a RS 239 até Taquara (mais um pedágio de R$ 2,40). Em seguida, a RS 020, que segue até Cambará do Sul.

Com exceção da RS 020, nos outros todos há pontos com controladores de velocidade, o que deixa a média de velocidade bem abaixo do esperado. Tranqüilos e felizes com o tempo bom que apareceu com o sol, chegamos a Cambará por volta das 10hs. Dali tomamos a RS 427, que é de terra, até a entrada do Parque.

A estrada até que é bem cuidada, mas tem muita pedra, o que força a andar devagar. A sujeira que o carro ficou foi algo...

Na entrada do Parque, que abre de quarta a domingo, das 9hs às 17hs, pagamos o valor da entrada (R$ 7 por pessoa + R$ 3 pelo estacionamento do carro).

Dentro do parque a estrada de acesso é asfaltada até o Centro de Vistantes, onde há banheiros, lancheria, exposições de fotos e informações turísticas. Quando estivemos lá, não havia folders nem mapas para dar (tinham acabado), mas o rapaz das informações disse que era tudo bem sinalizado e não haveria problemas.

Começamos a caminhada e, por volta de uns 20 minutos depois, já se começa a ver o cânion do Itaimbezinho através das árvores.
Existem três trilhas para se fazer por lá:

- a Trilha do Vértice, que tem apenas 1,6km de extensão e leva uns 45min para ser feita, com parte inclusive calçada para caminhar, na qual se pode ver parte do cânion e uma das cachoeiras;

- a Trilha do Cotovelo, que tem uns 6km de extensão, e leva umas 2hs para fazer, contando o tempo de admiração da paisagem, quase toda ela ao longo da antiga estrada de acesso ao parque (em razão do tempo que leva, só pode começar a fazê-la no máximo entrando ás 15hs);

- a Trilha do Rio do Boi. Essa leva mais de 7hs e é por dentro do cânion, ao longo do rio. É acessível por Praia Grande (SC) e precisa contratar guia para fazer.


Optamos pela Trilha do Cotovelo e deu bem certinho o tempo que disseram que levaria.

No início, só se consegue ver um monte de araucárias. Os riozinhos que depois despencam no cânion são cruzados por pequenas pontes de madeira ao longo do caminho. Só dá para escutar o barulho das cachoeiras nesse ponto.

A primeira visão que se tem do cânion é bem impressionante. Os paredões esbranquiçados contrastando com o verde da vegetação. Depois, quando se chega mais perto das encostas, pode-se ver os rios lá embaixo e duas cascatas, formadas pelos riachos que cruzamos minutos antes.


A visão mais legal é mesmo a de dois paredões frente a frente, quase se encostando. É justamente o desfiladeiro por onde sai o rio formado lá embaixo, a cerca de 700m abaixo de onde enxergamos o cânion.
O contraste com os campos relativamente planos ao redor, que acabam subitamente naqueles penhascos, é o que causa admiração no lugar. Curioso também é que a parte alta é Rio Grande do Sul, lá embaixo é Santa Catarina.


O parque está muito bem cuidado, não se vê lixo em lugar algum e há algumas cercas indicando até onde se pode ir. A sinalização é só no início da trilha, depois se torna meio que intuitivo, bastando seguir a estradinha. No caminho, vimos vários estrangeiros, talvez até em número igual aos brasileiros que andavam por ali naquele dia, o que mostra que estão conseguindo divulgar bem o lugar.

É um lugar para admirar a natureza; aventura, só na trilha lá embaixo mesmo. Não se pode acampar no parque e conhecer o cânion por ali não toma mais do que um turno. Os outros cânions, como o Fortaleza, ficam bem mais longe e por isso não cheguei a conhecer.

DICA: leve água para beber no caminho e não esqueça o protetor solar!!!

Na entrada do Parque, perguntei qual a distância até Praia Grande (SC), onde haveria asfalto e um caminho bem mais curto até Torres do que se eu tivesse que voltar a Cambará do Sul e pegar a Rota do Sol. A resposta foi de que eram 22km e que as condições não eram muito diferentes dos 18km de terra que já tínhamos feito desde Cambará.

Em razão disso, decidi seguir por Santa Catarina. As paisagens (fotos abaixo) foram realmente muito legais. O trecho tem mesmo uns 22km, mas as condições da estrada estavam bem piores do que as do outro trajeto, o que fez a gente demorar mais de 40min para chegar do outro lado. No meio do caminho, na fronteira RS-SC, há postos de fiscalização de impostos e de inspeção sanitária, mas a única coisa que vimos foi um fiscal fazendo um sinal de "pode passar" com a mão.

Chegando em Praia Grande, são uns 48km até a BR 101.

Comentários

Unknown disse…
Olá,
Muito obrigado por todas estas informações.
Serão mutio úteis para mais uma pessoa como eu conheçer este lugar incrível.

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