Madrid: o domingo

Domingo sempre é um dia diferente em relação aos demais, em qualquer lugar em que se esteja. O ideal é procurar deixar para esse dia passeios ou atrações que só acontecem nele. Foi isso que procuramos fazer.

Depois da noite na Pacha, acordamos um pouco mais tarde do que no dia anterior. Na verdade, fomos acordados pela faxineira, que entrou quarto adentro dizendo que tínhamos tantos minutos para sair. Descobri, em alguns minutos, que tínhamos que trocar de quarto, deixando o de 2 pessoas para passar para um de 4 pessoas, conforme nossa reserva original. Perdemos até o café da manhã.

Saímos do albergue por volta das 10h30 e fomos direto para a estação de metrô, onde se deu aquele episódio narrado no post anterior de encontrar, por acaso, o meu amigo que estaria em Madrid no mesmo dia. Nosso objetivo era ir até um "mercado de pulgas", feirinha estilo "Brique da Redenção" que acontece na cidade todos os domingos de manhã.

O nome do mercado de rua é El Rastro. Ele começa na altura da estação La Latina do metrô e desce, pela Calle de Toledo, até a Puerta de Toledo, que é essa que aparece na foto abaixo.

O mercado se estende também para algumas ruas paralelas e perpendiculares. O movimento é bem grande (por precaução, é bom até colocar as mochilas de passeio para a frente, para evitar qualquer pickpocket). O clima é bem familiar, com pais levando filhos na garupa e de mãos dadas. Mas o volume de pessoas é tão grande que praticamente se é levado pela multidão. Melhor não perder de vista a pessoa com quem se está, para não ter que procurar muito depois.

Há de tudo para vender, desde souvenirs turísticos de 1 euro a artigos caríssimos de antiquário. Há camisetas com estampas da cidade, bugigangas eletrônicas, CDs falsificados, jogos de computador e videogame, artesanato de verdade, flores, frutas... É um bom lugar para fazer comprinhas de presentes para família ou namorada.

Como em qualquer lugar do mundo, há camelôs não legalizados (geralmente marroquinos e nigerianos) que ficam vendendo coisas pirateadas e que, a qualquer sinal de perigo (leia-se presença da polícia) recolhem tudo e saem correndo, atropelando quem está pela frente.

Mais perto da Puerta de Toledo, no final da rua de mesmo nome, há algumas galerias tipo shopping com mais lojas, quase todas abertas, mesmo sendo domingo.

Com o sol à toda e a fome pegando, decidimos comer por ali mesmo. Catamos um barzinho com estilo bem típico, daqueles em que a pessoa pede um chopp e algumas tapas para comer de pé mesmo, no balcão do bar ou em mesinhas sem assentos. Como era tudo mais simples, saiu bem baratinho. Comemos lula frita em rodelinhas, sardinhas, empanadas de queijo e uma cervejinha, para acompanhar.

Depois do almoço improvisado (isso já por volta das 14hs), voltamos mais um pouco para olhar tendinhas no mercado e dali partimos para ver como era o estádio do Atlético de Madrid, que fica umas 4 quadras da Puerta de Toledo. Não valeu a pena. Além de darmos uma pernada violenta naquele solaço de início da tarde, chegamos lá perto e vimos que o Estádio Vicente Calderón não tinha nada de especial.

Naquele final de semana, nenhum dos times de Madrid jogava em casa. Antes da viagem até tentamos descobrir se haveria como assistir algum dos jogos, seja em Madrid ou Barcelona, mas nenhuma das datas fechava. Além disso, o preço dos ingressos nem estimulava a fazer muito esforço. Como a maioria é vendida em pacotes ou só para sócios, os preços de ingressos individuais são altíssimos, geralmente uns 80 euros (os mais baratos).

Dali de perto do Vicente Calderón, tomamos mais uma vez o metrô até o Parque do Retiro, para dar uma descansada até a hora do nosso próximo programa: uma tourada, às 17hs. Demos uma sesteada debaixo de umas árvores, na grama, como muita gente faz por lá e seguimos por volta das 16hs para a Plaza de Toros de las Ventas (esse prédio em estilo árabe que aparece abaixo).

Ainda no Brasil, procuramos saber se teríamos chance de assistir a alguma tourada. Pesquisando na internet, descobrimos que, no domingo em que estaríamos em Madrid, haveria uma novillada, que é uma tourada realizada com toureiros ainda não-profissionais (há um ritual de consagração pelo qual eles têm que passar para que sejam considerados matadores profissionais) e com touros que não são os top de linha. No mais, tudo é igual a uma tourada: 6 corridas numa tarde, com todo o ritual e o final com a morte do animal.

Os preços das novilladas também são mais baixos do que nas touradas (corridas de toros). Para ter uma idéia, vale pesquisar datas, preços e condições no site de Las Ventas. O valor dos ingressos variam em função do lugar ser no sol, na sombra ou parte do tempo no sol e parte na sombra, à medida que o sol baixa. Quanto mais perto da arena, também, mais caro o ingresso. O nosso custou 14 euros, cada. Os lugares são marcados e não se pode trocar durante o espetáculo. Um sujeito encaminha as pessoas aos lugares corretos logo depois da entrada.

Não há necessidade de comprar antecipadamente. As filas não são tão grandes e há bastante lugares, já que a arena é a maior da Europa (só perde, no mundo, para uma mexicana). No próximo post, falo mais sobre como foi a experiência...

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