Bratislava - parte I

A chegada em Bratislava foi um pouco traumática. Sinceramente, pensei, assim que pus os pés para fora do trem: "meu Deus, o que é que eu vim fazer aqui? Isso parece o Paraguai!"

Fato é que a estação central de trens (Hlávni stanica) de Bratislava, a mais importante da Eslováquia, não é exatamente um cartão de boas-vindas. Cheia de pedintes, pequena, escura, suja, com algumas partes caindo aos pedaços, está mais para rodoviária de cidadezinha do interior do que para uma estação de trens européia.

O fato de estar sozinho pela primeira vez, e num lugar em que a língua era totalmente estranha, ajudava um pouco nesse desconforto inicial.

Bom, respirei fundo e fui ao ritual: primeiro passei num quiosque de informações turísticas (que no caso era uma janelinha numa porta de uma sala com cara de repartição pública) para pegar um mapa. Tive que esperar uns bons dez minutos até que duas meninas que não sabiam nem em que país estavam conseguissem entender como chegar ao aeroporto e o que fazer no tempo que tinham livre até lá.

Em seguida, catei uma casa de câmbio. Troquei uns 25 euros em coroas eslovacas, que valem ainda menos que as coroas tchecas (ano que vem a Eslováquia adota o euro!), só para passar as próximas horas, com sobra.

Feito isso, desci para o lado de fora, onde fica o ponto de partida de várias linhas de bonde que vão para a cidade, que fica na parte mais baixa, ao lado do rio Danúbio (que por lá se chama Dunaj). No mapinha que eu peguei, a mulher da informação turística anotou o número do bonde que eu deveria pegar, aí foi só esperar alguns minutos (sob os olhares de uns taxistas querendo me oferecer uma corrida, mas hesitando pela minha cara de poucos amigos àquelas horas).

Depois que entrei no bonde, relaxei, porque logo as coisas ficaram bem mais agradáveis ao redor.

Na descida até o ponto final daquela linha, na beira do rio, gostei muito do que vi. A cidade tem bem a cara do que se espera do leste europeu mais clássico: vários bondes vermelhos cruzando ruas cheias de prédios ornamentados com torres, carros um pouco mais antigos que no resto da Europa, etc.

Desci do bonde e comecei meu passeio a pé passando pela frente do Slovenské Národné Múzeum (Museu Nacional Eslovaco), que é esse prédio acima.

Pelo pouco tempo que tinha na cidade e pelo excelente tempo que estava, nem cogitei de entrar. Fui passando pelos caminhos onde mais apareciam atrações indicadas no mapa. Entrei na rua que sai da Nám. Stúra, passei pelo Cassino e cheguei até o teatro (Slovenské Národné Divádlo), que é esse da direita.

Em frente à ópera, começa uma praça que mais parece um boulevard. É um calçadão cheio de gente sentada nos banquinhos conversando, crianças brincanco, jovens andando de skate, etc. Chama-se Hviezdoslavovo námesti (não decorei, estou vendo no mapa!).

Andando até o final dessa praça, chega-se ao entroncamento da avenida à beira do rio e daquela que segue para o outro lado da cidade, através da "Ponte Nova" (Nový most). Um pouco antes do entroncamento, numa parte bem barulhenta da cidade por causa do trânsito, fica a Catedral de São Martim (Dóm sv. Martina) - essa simpática igreja que aparece na foto ao lado.

Assim como ocorria com muitos templos em Praga, essa igreja também estava fechada à visitação, sabe-se lá porque motivo.

Do outro lado da movimentada avenida em frente a essa catedral, fica o morro em cujo topo está o castelo de Bratislava. Para chegar até lá, é preciso dar quase toda a volta, para subir por uma rua do lado oposto.

Como o movimento era menor nas ruazinhas que subiam esse morro, até pensei que poderia estar entrando em alguma área meio "escusa" da cidade, mas tudo era muito tranqüilo. À medida que fui subindo, fui tendo uma vista bem legal da cidade histórica, que foi ficando para trás.

Depois de uns 20 minutos de caminhada, cheguei até o lado do castelo (Bratislavský hrad), uma fortaleza muito bem conservada que é o principal ponto turístico da capital eslovaca.

O castelo é legal porque tem aquele formato clássico que criança imagina quando fala em castelo. Existem alguns canhões ao redor e um museu no lado oposto ao da pracinha que fica em frente à entrada.

A praça em frente ao castelo funciona ainda como um belvedere da cidade e do rio Danúbio. Na foto ao lado, o rio aparece cortado por várias pontes, sendo a primeira a Nový most. Do outro lado, ainda é Brastislava, ao contrário do que eu imaginava antes de ir até lá (achava que o rio fazia a fronteira com a Áustria).

Além de não ser muito recomendado ir para lá, dizem também que não há muito o que ver do lado sul do rio. Só grandes e insossos condomínios residenciais da era comunista...

De longe, a foto até que engana, mas o rio não tem nada de especial, apesar da fama.

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