Roma - Tevere e Trastevere

Depois que saí do Vaticano, fui caminhando em direção ao Centro Histórico, para almoçar por ali. Mas dessa vez, fui para um lado no qual ainda não tinha estado: o Campo dei Fiori.

Imaginava que seria algum lugar todo bonitinho e romântico, mas não passa de um descampado rodeado de construções bem velhas, usado como mercado público. A feira estava sendo desmontada na hora em que passei por ali, mas não era das melhores que já vi na Europa. Tinha uma aparência bem sujinha.

Catei um lugar para almoçar por ali perto mesmo e acabei escolhendo uma pizzaria que tinha uma promoção que incluía a bebida na refeição.

Para quem não sabe, pizza, na Itália, geralmente é servida em um prato individual, inteira, sem nada de acessórios como catchup ou mostarda, e não numa forma para ser cortada ou dividida. As opções de sabores também são bastante restritas, havendo apenas as mais clássicas, como calabresa, pepperoni, margherita, quatro queijos, etc. Algumas tem o opcional da mussarella di buffala, que vale por um queijinho Minas daqui do Brasil. A massa, geralmente, é bem mais fina do que o que vemos aqui no Brasil e, na minha opinião, é a melhor parte (na cobertura prefiro as nossas mesmo).

Achei meio estranho comer pizza sozinho numa pizzaria, mas vi várias pessoas, inclusive mais velhas e não turistas, fazendo o mesmo ao meu redor. Aproveitei para ficar olhando o caótico movimento das ruas apertadas ao redor do dito Campo dei Fiori, com feirantes desmontando suas coisas, mini-caminhões de lixo passando por perto, vespas por toda a parte e sempre um garçom tarado dando em cima de alguma mulher passando. Se for com a namorada para lá, melhor nem esquentar: os caras são cara-dura mesmo, passam cantada o tempo todo.

Findo meu almoço, segui caminhando em direção à parte mais ao sul da cidade. Cruzei uma das pontes do rio Tibre (Tevere, em italiano) e fui para a parte do Trastevere ("além Tibre"), para conhecer a tal da igreja famosa que existe por lá.

Não gostei muito dessa parte da cidade. Parece bem mais abandonada e feia que o resto. Pelo que li e ouvi, é a melhor parte para se sair à noite, porque é cheia de barzinhos e junta uma galera na rua e tal, mas de dia não tem mesmo muito o que ver.

A igreja de Santa Maria del Trastevere, que foi iniciada no ano 400, estava fechada quando fui lá, e só pude olhar de fora. Não tem nada demais.

Fazia calor e, com a caminhada, me permiti um sorvetinho. Sentei na fonte em frente à igreja para comer e presenciei uma cena digna de filme de comédia: estava cheio de gente também sentada nos degraus da fonte, que é redonda, e de repente se ouviram alguns apitos. Nisso aparece um negrão correndo e dois policiais italianos correndo atrás dele, apitando. O fugitivo deu duas voltas ao redor da fonte, os policiais deram as duas voltas correndo atrás dele e seguiram pela tangente para o outro lado. Muito engraçado.

Depois disso, comecei a voltar em direção à cidade, mas por outro lado, dessa vez pela Isola Tiberina, uma ilhazinha no meio do rio que parece um pouco com a Ile de la Cité, de Paris. Não é permitido andar de carro por lá, então parece um oásis no meio da cidade. Existem pelo menos duas igrejas naquele mini espaço - coisa que não é rara em Roma.



Algumas quadras mais para cima, dei de cara com a Aria Sacra, uma praça com ruínas recentemente escavadas no centro. Segundo as coisas que li numas placas (não tinha muito a respeito no guia), era uma parte dos foruns imperiais. Atualmente, tem sido mais utilizada para abandonar gatos (há várias placas proibindo isso e ameaçando com multas para quem for pego em flagrante deixando gatos por ali).

Quadras mais para cima, cheguei novamente no Monumento a Vittorio Emmanuele. Aproveitei para subir dessa vez (na primeira em que estive, já estava fechado).

Segui, então, para a Igreja de Santa Maria Maggiore. Não dava muita coisa por ela, mas me surpreendi. É cheia de detalhes por dentro e, por fora, lembra algo como Veneza (talvez as pombas ao redor ajudem nisso). Bem diferente das demais que existem na cidade.



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