4º Dia na Trilha Inca
Antes mesmo que o sol nascesse, já estávamos de pé. Tínhamos sido avisados na noite anterior que deveríamos acordar por volta das 4h30 para tomar café e começar a caminhada às 5hs, quando abriria o último posto de controle da Trilha, em Wiñay Wayna.
Às 8hs, os portões de Machu Picchu se abrem para os que vêm de trem até Aguas Calientes e sobem de ônibus até as ruínas. São centenas de pessoas, a maioria em grupos de 30 a 60 pessoas, que invadem o lugar e tornam a experiência bem menos atraente.
O objetivo é chegar antes deles e aproveitar ao máximo Machu Picchu enquanto ela é só dos mochileiros que vêm pela Trilha.
Ainda estava bem escuro. Foi a única vez em que tivemos que usar lanternas para caminhar. Ao contrário dos outros dias, a concentração de gente era bem grande, quase uma fila indiana de pessoas apressadas para chegar o quanto antes a Machu Picchu. A fila já estava formada em frente ao posto de controle, que efetivamente abriu às 5hs em ponto. Creio que, por cerca de uma hora, mantivemos um ritmo muito mais rápido do que o dos outros dias, seguindo a multidão. Apenas alguns ficavam para trás, para descansar, ou pela dificuldade em descer e subir degraus mais elevados.
Uma subida mais forte precede o Portal do Sol, de onde se tem a primeira visão da montanha que há atrás de Machu Picchu. Na verdade, a montanha chamada Machu Picchu ("montanha velha" em quechua) é justamente esta em que fica o Portal do Sol. A da cidade de Machu Picchu se chama Huayna Picchu ("montanha jovem" em quechua).
O guia já tinha advertido que, embora a visão do Portal do Sol fosse muito boa, ela seria melhor ainda na medida em que se fosse descendo. Portanto, era melhor não gastar todo o filme (é, na época quase ninguém tinha máquina digital) batendo foto ali.
A noite, que estava coberta pela névoa, foi revelando aos poucos o que seria o melhor dia de sol da trilha. Por volta das 7hs, chegamos ao Portal do Sol e pudemos ver os primeiros raios clareando Machu Picchu, bem como o Rio Urubamba, lá embaixo.
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