Chegando em Cusco
Há um aeroporto internacional que recebe milhares de turistas todos os anos e lojas que vendem todo tipo de equipamento. Brinca-se que uma pessoa pode sair do serviço só com um terno e chegar na cidade no dia seguinte que encontrará tudo que precisar para fazer a Trilha Inca.
Nós chegamos na cidade por volta das 5hs da manhã, enquanto ainda estava amanhecendo. Apesar do frio que passamos no ônibus (que tinha banheiro, mas não fazia paradas para lanche), conseguimos dormir o suficiente.
Depois de alguns minutos pensando o que fazer, decidimos aceitar uma das muitas ofertas de táxi grátis até o centro, para conhecer albergues, sem compromisso. Acabamos não ficando com o primeiro, que era realmente muito ruinzinho. Com toda a bagagem, caminhamos umas boas quadras e passamos por pelo menos 4 albergues e hotéis até nos decidirmos pelo Carlos V, na Calle Teqsecocha, por cerca de R$18,00 por pessoa em quarto quádruplo. Como a maioria dos locais para se hospedar, era um casarão colonial de 2 ou 3 pisos, com piso de tabuão e grandes janelas nos quartos que dão para a rua.
Dica: ao procurar hotéis, não se assuste com a bandeira hasteada na frente da maioria deles, exatamente igual ao do Movimento Gay. Trata-se, na verdade, da bandeira de Cusco.
Depois de descansar um pouco e de arranjar uma lavanderia ao lado do hotel, saímos para dar umas voltas.
Cusco tem ruas pequenas e estreitas, que geralmente mudam de nome a cada quadra. Para não se perder, o melhor é adotar a Plaza de Armas como referencial.
A praça não tem como não ser vista: há 2 enormes igrejas, a Catedral de Cusco e a Igreja da Companhia de Jesus, com um belo jardim com chafariz em frente.
A impressão que se tem da cidade é completamente diferente daquela com a qual já estávamos acostumados na Bolívia: ruas muito limpas, total ausência de barraquinhas de vendedores (só alguns ambulantes oferecendo coisas enquanto caminham), trânsito bem mais organizado, policiamento mais presente. A justificativa que conseguimos é a de que a cidade é Patrimônio da Humanidade da UNESCO e que, para não perder o título, tem que preservar tudo bonitinho. E realmente, a cidade faz jus ao título. Os prédios são muito bem preservados, há muitos casarões de estilo colonial espanhol, várias igrejas além daquelas situadas na praça, museus, restaurantes em prédios antigos, etc. Dos incas, só algumas pedras - os espanhóis destruíram tudo em 1532.
Naquele primeiro momento, optamos por ficar ali ao redor do centro. Conhecemos o interior das igrejas e as ruas tidas como as mais antigas da cidade (entre elas, a Calle Hatun Rumiyuq), com fundações dos prédios feitas aproveitando as ruínas da capital do Império Inca que tinha sede no local.
No almoço, fomos até um restaurante mexicano - o que se comprovaria uma péssima escolha horas mais tarde...
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