A volta para Cusco

O trem de retorno saía cedo, lá pelas 5hs da manhã. Não dormimos mais do que umas quatro horas e por isso mesmo já havíamos deixado tudo pronto para acordar e ir direto para a estação.

Ao contrário do trem entre Quijarro e Santa Cruz, este era muito confortável, melhor até do que muita coisa que se vê no Leste Europeu. O preço, relativamente caro, cerca de 4 vezes mais que a passagem normal, faz com que os turistas fiquem separados dos habitantes da região. Há mais de um trem por dia e àquela hora não havia muita gente viajando (para ter acesso aos horários e preços, veja o site da PeruRail).

A viagem é muito bonita, passando por vários túneis, numa estrada de ferro que acompanha o rio Urubamba e as montanhas ao lado. Em 2004, houve um grande deslizamento de terra que deixou a linha interrompida por vários dias. Apesar de tudo, não há como não dormir, em razão do cansaço.

Lá pelas tantas, alguém de nós resolveu ler bem as passagens e conversar com outros turistas. Foi aí que ficamos sabendo que o trem só ia até Ollantaytambo e que, de lá, deveríamos pegar um ônibus até Cusco.

Descemos, juntamente com todo o público e logo procuramos um ônibus. Como de costume, era mais um daqueles que sai quando fica lotado - o que não demorou muito para acontecer. A passagem não era cara: S/.5,00 para cada um.

A viagem durava cerca de uma hora, passando por paisagens muito bonitas também: campos alagadiços com montanhas nevadas ao fundo.

Quando chegamos em Cusco, tratamos logo de fazer o que já contei no post sobre a contratação da Trilha: fomos até a agência e cobramos o valor do trecho de ônibus que não nos disseram que não estaria no pacote. O acertado era trem de retorno a Cusco, não a Ollantaytambo. O dono admitiu o erro e concordou em nos indenizar o valor da passagem. Mochileiro mão-de-vaca é isso aí!

Naquela altura, já tínhamos decidido seguir viagem e não dormir mais em Cusco, se conseguíssemos passagem para a fronteira com o Chile naquele mesmo dia.

Fomos até o hotel onde havíamos deixado parte de nossas coisas antes da trilha para buscá-las. A intenção era acertar mais uma diária naquele mesmo lugar, mas com a condição de que, se viajássemos à noite, pagaríamos só meia diária. O dono não aceitou e por isso fomos para um hotelzinho a uma quadra dali, que prontamente aceitou a proposta, já que estava com lotação baixa.

O Giórgio já estava pensando, desde antes da Trilha, em estender a permanência em Cusco, até mesmo para encontrar outros amigos que chegariam na cidade. Nós nos mantivemos com o propósito de voltar naquele dia e fomos até a rodoviária, de táxi, ver se conseguíamos passagens. Acabamos comprando para o final da tarde (acho que 18hs), com destino a Tacna.

Voltamos para o centro, compramos alguns pães, atum e maionese no mercado e fizemos o almoço do dia. Preparamos também alguns sanduíches para levar na viagem. Por fim, despedimo-nos do Giórgio e aproveitamos as últimas horas na cidade para fazer umas compras, já descendo para a rodoviária com as mochilas, porque sabíamos que havia um centro de artesanato lá perto.

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