Passeio em Toledo

Toledo é a capital da região de Castilla - La Mancha. Apesar de sua importância, não tem mais do que 80 mil habitantes. A cidade preserva muito bem o aspecto de cidade medieval, com muralhas ao redor do centro histórico, uma grande fortaleza, visível de quase todos os pontos da cidade (o Alcázar), uma catedral gigante e prédios antigos, quase todos numa cor bege, parecida com areia, sem pintura.

Vista de longe, parece uma daquelas saídas de histórias de cavaleiros, com pontes em arco e detalhes nas muralhas que lembram castelos de histórias infantis. O Rio Tajo (que em Portugal recebe o nome de Tejo, de onde saiu Pedro Álvares Cabral) forma uma ferradura ao redor do centro da cidade.
Começamos nosso passeio a partir da Plaza del Zocodover, onde o ônibus parou. Subimos por uma ruazinha paralela até o Alcázar, a fortaleza de que eu tinha falado antes. O prédio tem muita importância história, afinal foi construído por romanos ainda no século III e ocupado como morada dos Reis da Espanha por volta do século XV, mas hoje em dia simplesmente abriga uma biblioteca. Melhor vê-lo de longe do que de perto.
Dali, seguimos para a Catedral de Toledo, a maior e mais importante atração da cidade. Para chegar lá, nos perdemos um pouco pelas ruazinhas confusas da cidades. São quase todas parecidas, com prédios antigos e quase todas sem calçada. Chega a ser interessante o contraste entre aquelas ruas centenárias e alguns carrões que de vez em quando passam por ai (no máximo a 20km, dada a largura das vias).

A visitação da catedral leva horas, se a pessoa quiser. Creio que tenhamos passado umas 2hs lá dentro, talvez até mais. É muito detalhe, muita riqueza.

Quase todos os altares são decorados com ouro. Os objetos utilizados na missa são de outro. As bíblias foram impressas com tinta contendo ouro. Apesar de tudo isso, ironicamente, há várias caixinhas com avisos pedindo contrbuições dos fiéis para a manutenção do lugar...

A construção só foi possível graças à abundância de ouro nas colônias espanholas na América. Nem mesmo em Versailles, no Vaticano ou em outros palácios e igrejas se vê tanta concentração de riqueza em pequenos detalhes. Impressionante.

Engraçado, também, é o fato de que praticamente não há mais como aproveitar a Catedral para cerimônias religiosas propriamente ditas, porque está sempre apinhada de turistas a visitando.

Algumas partes estão em reforma e são inacessíveis, mas o que dá para ver já é de tirar o fôlego.

Além da catedral, a cidade oferece várias outras atrações como a Casa Museu de El Greco, um dos mais famosos pintores da Espanha, no setor judeu de Toledo, onde também há antigas sinagogas. Existem ainda outras igrejas, como a de Santo Tomé, monastérios, como o de San Juan de los Reyes, e museus, como o de Santa Cruz.

Andamos meio que a esmo pela cidade, até que encontrávamos os pontos de interesse, tal era a dificuldade de nos acharmos por aquelas ruazinhas quase todas parecidas. Eu, que me considero alguém com bom senso de orientação, não conseguia me entender lá.

Mais perto do ponto por onde começamos (você acaba voltando porque a cidade é meio que circular) há várias lojas vendendo tudo que se possa imaginar com temática medieval: espadas, armaduras, escudos, punhais, elmos, brasões, taças (um fã de RPG ou de Senhor dos Anéis ficaria doido)... O Rafael não se agüentou e teve que comprar uma espada quase do tamanho da mochila dele, objeto que sempre acabaria causando transtorno a cada aeroporto pelo qual passaríamos, não sem antes pesquisar numas 5 lojas diferentes.

Por volta das 14hs, comemos por ali mesmo. Não lembro bem que tipo de lanche foi, mas pegamos algo numa padaria próxima à Plaza Zocodover e depois nos atracamos a comer mazapán, doce de amêndoa com outros ingredientes pelo qual Toledo também é famosa na Espanha, que também é conhecido como marzipan.

Depois de mais algumas andanças pelo centro, dando uma olhada nas lojas, tomamos um ônibus de volta à estação ferroviária. Descemos uma parada antes para ver de perto o rio e as pontes, e em seguida caminhamos até a estação para pegar o trem de volta a Atocha.

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