Barcelona - parte II

O ALBERGUE

O albergue que tínhamos reservado se chamava Barcelona Mar Hostel. É um albergue novo, recém completou 5 anos.

As áreas de uso comum são bem legais; não tem como não conversar com o pessoal e não acabar conhecendo quem está por ali. Tanto na parte onde estão os computadores, como nas mesas para refeições e nas ante-salas dos andares onde ficam os quartos, tudo leva a interagir com outros mochileiros.
Os quartos deixam um pouco a desejar por serem muito pequenos. São dois beliches, um de cada lado, apenas com o corredor entre as camas para se mexer e os armários com os lockers individuais perto da porta. Há só 2 banheiros por andar, para os quartos que ficam ali (cerca de 4 por andar).
Apesar de faltar um pouco de conforto, é o estilo padrão de um albergue, com um clima bem legal.

A localização, geograficamente, é boa: fica a umas três quadras não muito grandes das Ramblas, seguindo pela Carrer de Sant Pau. A distância até as estações de metrô Liceu (nas Ramblas) e Paral-lel (na Avinguda Paral-lel) é quase equivalente - cerca de três quadras cada uma, estando o albergue bem no meio do caminho. Não tem como não achar quando se percebe que há uma igreja bem na frente: a Iglesia del Camp de Sant Pau (foto).

Apesar disso tudo, à noite a região onde o albergue está causa um pouco de insegurança. O bairro de El Raval (lado sul das Ramblas) tem muitos prédios velhos, quase uns cortiços mesmo, cheios de imigrantes paquistaneses, do Bangladesh e marroquinos, que ficam sempre meio à toa, numa atitude meio suspeita, em tudo quanto é canto naqueles lados da cidade. Nunca cheguei a ver nada e com o passar dos dias até me acostumei, mas sempre havia polícia fazendo patrulha por ali à noite e, para evitar qualquer coisa, sempre andávamos juntos se já era mais tarde.

Dizem que no Barri Gótic, ao lado norte das Ramblas, onde também fica o albergue Kabul (o mais famosos da cidade) é mais seguro, mas a impressão que tive é de que é bem parecido.

RAMBLAS

Depois do check in, estávamos guardando nossas coisa e vimos que começou a chuviscar. Foi a senha para que déssemos uma descansada, pois, afinal, sequer tínhamos dormido direito na noite anterior, passada na Pacha.

Umas duas horas depois, a chuva já havia parado e, embora já fosse final de tarde, saímos para dar uma reconhecida na região.

Fomos direto para as Ramblas, o famoso calçadão de Barcelona, cercado de árvores, cafés, bares, livrarias, etc., centro de tudo que acontece na parte velha da cidade.

Uns malucos dançando break nas Ramblas
Chamam-se Ramblas, no plural, porque, na verdade, são várias Rambla (boulevards) na seqüência, com nomes diferentes, que se estendem desde a Plaça de Catalunya até o Monument a Colom (monumento a Colombo), que fica na entrada do Porto Velho (Port Vell). Teoricamente (há controvérsias), Colombo nasceu em Barcelona, por isso a homenagem. Costumam dizer que a estátua aponta para a América, mas quem entende um pouquinho de geografia vê logo que ele está só apontando para o Mediterrâneo, em direção à África...

PORT VELL

O porto velho é a região para onde converge a cidade. Hoje em dia, a função de porto de comércio e transporte de cargas foi repassada a um porto mais moderno, aos pés de Montjuïc. No Port Vell, todo renovado para as Olimpíadas de 92, ficaram os terminais de passageiros para os ferry boats que chegam das Baleares ou da Itália e marinas para veleiros particulares.

A região é muito bonita mesmo. De um lado, há uma grande avenida com coqueiros chamada Passeig de Colom, que leva para o Porto Olímpico e para o norte. Há um grande calçadão para pedestres no meio dessa avenida. Do outro lado, no Passeig de Josep Carrer, ficam os ferrys ancorados e esculturas modernas, como uns arcos gigantes prateados.


Port Vell, com o Montjuïc ao fundo

No meio, o porto propriamente dito e uma ponte móvel (que à noite e em determinadas horas do dia é levantada para que barcos maiores entrem e saiam da marina) que leva ao Mare Magnum.

O Mare Magnum é um negócio fora de série. É tipo um grande centro de entretenimento, com um aquário oceânico, cinemas multiplex, um grande shopping center e, no topo de tudo isso, 4 boates.

Por cima de tudo isso, há um teleférico turístico construído há pelo menos uns 40 anos, que só não fomos porque não estava funcionando quando estávamos lá.

Foi por ali que ficamos umas boas horas e que jantamos. Na volta para o albergue, ainda matamos uns crépes ao estilo francês (tipo uma panqueca fina, coberta por chocolate à escolha do freguês), bem baratinhos (2 euros cada).

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