Chegada em Munique
Essas foram as primeiras impressões que tivemos de Munique, as quais não foram contrariadas nos outros três dias que passamos lá.
Saímos do U-Bahn na Hohenzollernplatz, um lugar com cara de zona residencial. Até o albergue, demos uma pernada enorme. Ninguém mandou não aceitar a recomendação do voucher de pegar um bonde até lá depois de sair do metrô, hehehe. Na verdade, foi pão-durice mesmo.
No caminho, vimos uma cena que se repetiria por tudo quanto é canto. Bicicletas encostadas nas casas, do lado de fora, sem qualquer cadeado ou proteção! E ninguém mexe!
Enquanto íamos caminhando, fomos pegando o jeito de andar por Munique: sempre tem que deixar livre o caminho da ciclovia, que ocupa metade da calçada (a linha branca divide cada lado). Se não, é buzininha de bicicleta na certa. A cidade é toda plana e por isso muita gente vai pedalando ao trabalho, à escola ou às compras. No metrô, há vagões em que a preferência é das bicicletas. Se você está sentado e entra alguém com uma, tem que levantar para que o sujeito erga o banquinho e prenda a bicicleta nuns ganchinhos na parede interna do vagão.
Depois de umas 10 quadras, chegamos no albergue. O nome era Haus International. Tinha sido um drama conseguir albergue na cidade, por causa da Oktoberfest. Num primeiro momento, havíamos conseguido reservas no Jaeger, mas depois nos passaram para trás e ficamos sem vagas, porque demoramos a confirmar. O Wombat, conhecido como o melhor da cidade, já não tinha mais vagas havia muito tempo.
Acabamos encontrando esse, que era muito bom, mas fazia mais o estilo "colegião", como muitos albergues na Alemanha. Cada país tem uma peculiaridade com relação a albergues; depois que se conhece alguns vai-se percebendo isso. Na Alemanha, a peculiaridade é o fato de que há gente literalmente de todas as idades sempre hospedadas nos albergues. É comum ver turmas de colégio inteiras, numa excursão, hospedadas, ou pais com filhos pequenos. Fica um clima bem família, mas também pode se tornar um inferno por causa da gurizada de escola.
O lugar era enorme, com tudo muito limpo, com café da manhã excelente, mas tinha essa cara de internato, de colégio, sei lá. Bem diferente de outros que até então eu tinha conhecido. Fica meio longe de tudo, a começar pela distância até a estação de metrô mais próxima. Serviu para organizar bem as coisas, com muito espaço, lockers amplos, banheiros legais e privativos em cada quarto (com dois beliches cada), mas não é um lugar a ser recomendado, a não ser como "quebra-galho", como foi a nossa situação. Se puder, fique num dos dois que eu falei acima...
Na recepção, aconteceu uma coisa que eu não imaginava: comecei a perceber como poucos alemães falam bem inglês. A dificuldade das moças da recepção em compreender e fazerem-se compreender era gritante. Isso se repetiu em vários lugares na cidade (restaurantes, lojas, transporte público) e, um ano depois, eu veria que em Berlin era a mesma coisa.
Já instalados no nosso quarto, depois de guardar as coisas, pegamos tudo o que havia de folhetos para ler sobre o que fazer na cidade. Como meus planos originais eram de conhecer apenas países mais ao sul da Europa, eu só tinha comprado o Lonely Planet "Mediterranean Europe", que não pegava nada da Alemanha. O Rafael só tinha levado 2 guias da Folha, o da Espanha e um só de Praga. Estávamos bem no escuro sobre o que fazer na cidade - afinal, só tínhamos ido para lá porque haveria mais uns 6 amigos do Rafael no lugar, para fazer uns dias de festa na Oktoberfest (que é em setembro, mas só termina em outubro).
Lembro que achei engraçado como a cidade se retratava nos folhetos turísticos... Era exatamente o estereótipo que se tem de alemão aqui no sul do Brasil: homens de calção verde ou marrom, com suspensórios e chapeuzinho verde, com uma camisa branca, e mulheres com vestidões cheios de babados, com trancinhas no cabelo. A cidade cultua exatamente isso. Estranho ver algo tão típico assumido com tanto orgulho.
Comentários
morei 2 anos nos estados unidos , e quando vo pro brasil e meu irmao ou qualquer outra pessoa tenta falar ingles eu quase nao entendo!! tem muita diferenca entre o ingles que se aprende na escola e o que realmente e' usado!