Um pouco mais de München

Na nossa segunda manhã em Munique, acordamos mais tarde, por volta das 10hs, apenas com o objetivo de conhecer o estádio mais famoso da Copa do Mundo de 2006, o Allianz Arena, sede do Bayern de Munique.

Tomamos o café da manhã e saímos, de metrô, com destino à estação Fröttmaning, a mais próxima da entrada do estádio. O percurso até lá é logo. Da Hohenzollernplatz, tivemos que fazer duas conexões até o U6 que chega no estádio, que fica praticamente fora da cidade, numa área que conta, inclusive, com aqueles cata-ventos gigantes de geração de energia eólica.

A visão do estádio do lado de fora é impressionante, muito diferente de qualquer outro.

À noite, costuma-se iluminar a estrutura por dentro, para dar a cor azul ou vermelha àquela espécie de "forro" ao redor do estádio.

Não vale a pena pagar para conhecer o interior do estádio. Dos corredores a que se tem livre acesso, pode-se ver tudo o que se refere ao campo e a setores da arquibancada. Tem-se acesso livre, igualmente, às lojas dos dois clubes sediados no local. Só se o seu interesse for o de conhecer vestiários e o museu de troféus do Bayern é que faz sentido pagar mais de 10 euros para fazer o passeio guiado.

Ao redor do estádio, a enorme infra-estrutura de acesso e de transporte público faz a gente imaginar se o Brasil realmente tem condições de sediar uma Copa do Mundo. É certo que, em conforto e eficiência, pelo menos, dificilmente conseguiremos superar 2006.

Depois de umas duas horas envolvendo a ida até o estádio, uma andada pelo lugar e uma passada pela loja do time, pegamos um metrô de volta ao centro. O sono era grande àquela hora e pedi ao Rafael que cuidasse quando chegaríamos perto da estação Marienplatz. A história já é conhecida: ele dormiu também, mas dessa vez, acordei exatamente quando o metrô estava diminuindo a velocidade para chegar no nosso destino. Só deu tempo de dar um cutucão para acordar ele e saltarmos pro lado de fora.

De volta ao centro da cidade, demos mais algumas bandas, e em seguida tratamos de encontrar algum lugar para comer. Por sorte, acabamos descobrindo do nada uma parte logo ao lado de Marienplatz onde fica o mercado público mais tradicional da cidade: o Viktuallienmarkt.

Depois de alguma pesquisa, encontramos alguma coisa para comer por ali mesmo, usando um banquinho de praça como assento para o almoço improvisado.

Impressionante como o pessoal bebe cerveja, mesmo ao meio-dia em um dia útil de trabalho. É quase como se faz com o vinho na Europa mediterrânea.

Descansados e alimentados, tratamos de ir até a Hauptbahnhof descobrir como iríamos a Praga, no dia seguinte (tínhamos reservado três noite na cidade, apenas).

No balcão de informações, falando e ouvindo meio em alemão, meio em inglês, conseguimos uma passagem promocional por apenas 29 euros para cada um, saindo um pouco antes do meio-dia, na manhã seguinte.

Aqui vai uma dica para que quer viajar entre Munique e Praga, roteiro bastante comum nas viagens de mochileiros: normalmente, são oferecidas passagens de trem com alguma conexão em Nürnberg. Se não for seu objetivo visitar essa cidade, procure outra rota, mais curta e provavelmente mais barata. Se for ver no mapa, Nürnberg fica bem ao norte, e Praga ao nordeste de Munique. A linha mais reta passa por cidades como Schwandorf e Regensburg, que foi a conexão que fizemos.

À tarde, logo depois das 14hs, marcamos de reencontrar o pessoal todo da noite anterior para fazermos alguma coisa juntos. Ninguém estava muito afim de museu, castelinho ou parque. Fomos para as sedes oficiais das cervejarias no centro da cidade, aquelas que ficam abertas o ano inteiro, independentemente da Oktober. Ficamos na Hofbräu, no Biergarten (pátio aberto da cervejaria) que existe no meio do prédio.

Nas cervejarias do centro, além de ter a opção de comprar coisas típicas, há também muito mais opção do que o chopp vendido na festa, nas tenda. Tem cerveja de tudo que é tipo por ali, desde as de trigo, passando pelas mais normais, até umas moderninhas misturadas com limão.

O tempo voou naquela tarde de relax, e como já estávamos prontos para emendar com a Oktober, no final da tarde, acabamos nem saindo dali até quase escurecer.

CURIOSIDADE: o nome de Munique varia bastante conforme a língua. Em alemão, o nome da cidade é München (o "U" tem som quase de "i" e o "ch" tem um som que parece o "g" ou "j" em espanhol). Já em inglês e espanhol, é Munich. Em italiano, a grande confusão: Munique é Monaco! Para diferenciar do Principado, costuma-se dizer Monaco di Bavaria (para Munique) e Montecarlo (para o Principado)

Comentários

Ricardo Pacheco disse…
Além dos lugares que você visitou, também achei bem legal o "OlimpiaPark" (ou algo assim). É um parque com uma torre bem alta próximo à sede da BMW com uns morros artificiais contruídos sobre destroços da segunda guerra mundial. Um lugar muito legal pra dar umas voltas enquanto tomamos umas cervejinhas locais e depois, subindo na torre, termos ótimas visões da cidade. Também visitamos o "Englishgarten" mas não achei tanta graça... O legal de Munique foi que passamos um tempo passeando com um amigo brasileiro que mora lá há um tempo (inclusive tomar "café" um dia na casa dele... foi uma experiencia interessante tomar cerveja de trigo e comer pretzel salgado com linguição branco logo cedo hehehe).
Giulia disse…
Olá, gostaria de saber se vale mais a pena comprar passagens de trem (ex. Praga-Munique) com antecedencia antes de sair do Brasil ou na hora. O preço é o mesmo?
Seu blog é o máximo, brigada por todas essas informações! Beijos.
A. A. Cella disse…
Trens regionais não têm reserva e podem (e devem) ser sempre comprados na hora. Trens Intercity têm reserva opcional (recomendável reservar) e o bom é comprar um dia antes. Trens Eurostar têm reserva obrigatória e devem ser comprados com um dia de antecedência. Mais do que um dia é exagero e não há vantagem econômica. O que dá desconto é comprovar que é estudante, que tem menos de tal idade, comprar ida e volta junto, etc.
Abc e obrigado pelos elogios.

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